Taperoá é uma cidade localizada na Região do
Baixo Sul da Bahia, com uma população de cerca de 20.000 habitantes, fundada em 1561 e
elevada a categoria de cidade em 1916, quando houve a sua emancipação política.
Historicamente situada na Capitania Hereditária de São Jorge dos Ilhéus, contam
que a primeira penetração em seu território ocorreu por dois pescadores que
desceram de canoa através do rio Jequié a procura da ilha de Tinharé, tocaram o
solo taperoense onde saltaram a procura de água. Porém, através de pesquisas
feitas, concluem que pela habitação de índios, originou-se uma aldeia chamada
de São Miguel de Taperoguá, fundada pelos jesuítas em 23 de novembro de 1561. A
aldeia indígena tomaria o nome de Taperoá, que vem da palavra tupi Taperaguá,
que significa: morador das ruínas e destroços. Dizem, os antigos moradores que
a cidade recebeu esse nome, por causa de uma tapera que existia próxima à fonte
se São Brás.
O patrimônio histórico de Taperoá começou a ser constituído no mesmo ano de
1561, onde foi erguida a primeira capela, invocando a São Miguel como
padroeiro. Porém, sem registros das causas, o templo foi demolido em 1620, e
ainda neste ano, o Capitão Lucas Fonseca Saraiva, fez construir no mesmo local,
em cima da colina, a igreja de São Brás, já que este santo o livrou de um mal
na garganta e o beneficiário o quis homenagear.
Em 1737, a capela de São Brás passou a pertencer à freguesia de Cairu e em
1813, já pertencendo à Valença, foi separada e recebeu o título de curato, em
11 de outubro de 1819, é desmembrado de Valença, ficando na área de Nova
Boipeba, que é hoje Nilo Peçanha. Em 1838, mais precisamente em 1º de junho, a
freguesia de São Brás é criada e elevada à categoria de vila, mediante a lei nº
67. Somente em 1º de abril de 1916 é que Taperoá teve a sua sede municipal com
foros de cidades, por força da lei estadual nº 1131, sendo administrada naquele
período por Manoel Magno Cesar de Oliveira.
Por volta do
século XVIII, desembarcou nas suas terras, cerca de cem famílias de irlandeses,
construindo a primeira colônia agrícola que se chamou de Santa Januária,
estabelecendo-se às margens do rio do Engenho, que mesmo recebendo ajuda
governamental ela não prosperou e o núcleo foi se desfalcando, permanecendo
neste lugar apenas 12 irlandeses. Mesmo antes dessa colônia, já havia a
presença de portugueses e italianos que começaram a edificar as residências com
estrutura colonial e explorar os ramos de atividades agrícolas, comerciais e
madeireira, dentro do povoado.
Os anos avançaram e as edificações foram tomando lugar dos terrenos vazios, a
cidade e seu entorno foram ganhando uma estrutura mais urbana, e com o passar
do tempo já existiam inúmeras ruas, ostentando seus casarões, e, no caminhar do
tempo, se percebia o aumento gradativo do número de pessoas. As construções de
estradas e pontes, ligando um município a outro, serviu para que esse crescente
desenvolvimento pudesse ser constatado. A cidade já contava com a Liga de
Assistência Médica e, a partir da segunda metade do século XX, muitos
progressos aconteceram, como a construção de um campo de pouso, a implantação
da indústria de dendê, a Óleos de Palma S.A – OPALMA. Aconteceu também, a
instalação da primeira bomba de gasolina, seguido da construção da rodovia
Valença – Taperoá, bem como, outras estradas dentro do próprio município, o que
facilitava o escoamento dos produtos agrícolas para a cidade e, daí ser
comercializado e enviado para Salvador pelos navios que atracavam no porto, no
Canal do Salgado.
Na
década de 60, foram introduzidas as primeiras mudas de Guaraná, vindos do
Amazonas, cuja plantação foi se espalhando no território taperoense, vindo a
tornar-se o maior produtor de guaraná do mundo. Além do guaraná, muitas outras
espécies pertencentes à agricultura, como cravo da Índia, Pimenta do Reino,
piaçava, mandioca, entre outros.