“Taperoá, Taperoá terra tão boa assim não há”, já dizia o saudoso poeta
Osmar Pinheiro, personalidade marcante e inesquecível desta terra que dignou-se
deixar para nós a sua música, a sua literatura e a sua história. Ainda nesse
grupo de pessoas que fizeram acontecer pela história da nossa terra, lembramos
as marcas dos senhores, Ediberto Monteiro, Maria de Bebel, João Carolino,
Mestre Augustinho, Poeta Oscar Pinheiro, Mestre Zé Pinto, Sr Paulo Cunha, Dona
Laura, Seu Noca, e muitos outros.
Damos na atualidade destaque para os Mestres da Cultura Popular, a
saber:
Mestre Deco
Nome: André Agostinho dos Santos Souza
Filho do senhor
Alberto de Souza e da Antiga folclorista dona Paulina Maria dos Santos – Mãe
Lina, o Mestre Deco, assim como é conhecido, nasceu no dia 30 de novembro de
1962, no sobrado da Muritiba. Cresceu na Marguinha e aos 7 anos ingressou na
vida escolar. Sua paixão pela Zambiapunga começou aos 9 anos, quando viu uma
apresentação na casa do Saudoso Mestre Ediberto, e somente aos 17 anos,
ingressou na Zambiapunga, sob a orientação e cuidados do Mestre Zé Pinto.
Por volta dos 20
anos, já casado, começou a cuidar da Zambiapunga, devido a um problema de saúde
do Mestre Zé Pinto, e após 4 anos sem apresentações, Mestre Deco conseguiu a
custo de muita luta resgatar a Zambiapunga com um grupo de Crianças e
Adolescentes de 7 a 14 anos, e aos poucos os adultos começaram a
ingressar-se novamente. Os anos se passaram, e o Mestre Deco continuou fazendo
seu trabalho, na luta para manter a manifestação viva.
Em 1996, o Mestre
Deco foi convidado, juntamente com o Poeta Osmar Pinheiro pelo Mestre Zé Pinto
para uma reunião na casa do saudoso Vitor Meirelles e neste dia, frente ao
Poeta, o Mestre Zé Pinto passou para Mestre Deco a responsabilidade da
Zambiapunga por reconhecer que este era a pessoa mais preparada para dar
continuidade a seu legado, vindo a falecer dois dias após esta conversa.
Mestre Deco assumiu e
vive a Zambiapunga diariamente, chegando até a confundir sua própria história
com a do seu grupo cultural e tem levado o nome de Taperoá a várias cidades e
estados do país. Bem como, é mentor e integrante de outros grupos e
manifestações, como a Burrinha, o Grupo Anjo da Guarda, Street Dance, Dança da
Fita, e muitas outras.
No ano de 2011, com a
ajuda de amigos, conseguiu revitalizar o Samba de Enrolar de Capineiro e Boi
Mimoso da Rua da Palha e Lamego, e em 2013, foi nomeado Diretor de Cultura
do Município de Taperoá, na atual gestão do Prefeito Antonio
Brito.
Mestre
Deco
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Mestre Brás
Nome: Brás Pimentel
Filho do senhor Magno
Pimentel e de dona Maria Braga de Jesus, nascido no dia 14 de maio de 1936, na
comunidade do Jenipapo, Mestre Brás Pimentel, começou a estudar aos 11 anos e
teve que parar no 5º ano, para ajudar a sua mãe no sustento da família, visto
que seu pai deixou a família quando ele tinha seis meses de vida. Filho de Mãe
lavadeira, Brás Pimentel, quanto se tornou um rapaz passou a trabalhar na
estrada que liga Taperoá a Valença, em 1954, como ajudante de pedreiro. Após
trabalhar na fazenda do senhor João Gomes, foi trabalhar na Opalma, em 23 de
abril de 1964, saindo desse trabalho aposentado em dezembro de 2001.
Na vida Cultural o
mestre Brás ingressou na Chegança, em 1960, como grajero, sendo convidado pelo
Mestre Zé Pinto, e o embaixador da Chegança o Senhor Antonio Soares. De 1960 a
1980 foi o grajero da Chegança, que nessa época o grupo somente apresentou-se 4
vezes. O tempo passou e após 26 anos o povo Taperoense sentiu falta da
chegança, e ansiava por nova apresentação. Em 2006, o saudoso poeta Osmar
Pinheiro, convocou o senhor Brás para uma reunião em sua casa que ao chegar no
local, constatou que lá estavam mais de 60 homens para resgatarem a Chegança,
e ao perguntar quem seria o mestre, todos responderem que seria Brás
Pimentel e por aclamação, tornou-se o mestre da Chegança de Taperoá.
Dias depois veio a
noticia da morte do Poeta, que estava doente, e mais uma vez pausou-se o sonho,
deixando a todos entristecidos. Em 2007, com a ajuda de Dona Isa Vieira a
Chegança tomou novo fôlego, apresentando-se pela primeira vez após 28 anos. A
partir daí o mestre Brás tem vivido o seu amor pela cultura, e a cada dia faz
da Chegança a sua rotina diária e como ele mesmo diz faz a Chegança com amor e
resignação.
Mestre Dica
Nome: Edmilson
da Conceição
Filho de José Gustavo
dos Santos e Maria Mercês da Conceição, Mestre Dica, nasceu no dia 28 de agosto
de 1968, começando a estudar aos 14 anos, pois vivia mais a cuidar dos irmãos.
Encantou pela
capoeira aos 15 anos. E um certo dia, ao jogar bola na Prainha, Mestre Loro,
que passava pela região, ao encontrar Dica e seu irmão Gildomar convidou-os a
participar da capoeira, que começaram a aprender e levar a sério o esporte.
Após o mestre Loro ir
embora de Taperoá, ficou por um longo período sem mestre, começou a treinar
sozinho, montando sua própria academia, sem lugar fixo para treinar, passando
por diversos locais, entre bares, clube São Brás, recreio, e outros. Seu irmão
foi para Salvador e lá teve contato com o mestre curió, convidando-o para vir a
Taperoá, e ao vir foi apresentado a academia ficando assim responsável pelo
grupo. E a cada vez que vinha a Taperoá, fazia um batizado e troca de corda do
Grupo.
Após a morte do
Mestre Curió, o mestre Dica ficou fazendo trabalho sozinho e em contatar um
antigo conhecido, o Mestre Bear de Boipeba indicou-lhe o seu Irmão Mestre Zé
Pequeno, que ao ter contato com o grupo, passou a tomar conta do mesmo através
da Associação Axé Bahia de Santo Antonio de Jesus e daí tomou a iniciativa de
fundar a Associação de Capoeira Filantrópica Costa do Dendê. E fez questão de
receber seu cordel de mestre em sua cidade, diante da comunidade e dos alunos
que tanto o respeitam e o admiram.
Mestre Miguel
Nome: Migeuel
Ferreira Araújo
Filho de Manoel Luz
Araujo e Renildes Ferreira Araujo, o artista Plástico Miguel Ferreira Araujo,
nasceu em 07 de maio de 1933, na rua Poeta Oscar Pinheiro. Filho de pescador,
desde a sua infância se notava sua inclinação para a arte devido ás suas pinturas
em passeios, madeiras e papeis. Na escola destacava-se em história do Brasil. E
na adolescência aprendeu a gostar de pintura e escultura. Ele dedicava-se a
praticar desenho, pintura e fazer esculturas
Casou-se com a
Professora Nilza Batista de Araujo, a nossa boneca Lili, e sua inteligência
conquistou a preferência dos seus trabalhos. Passou a ser solicitado para fazer
encomendas de obras de esculturas, recuperação de imagens, figuras folclóricas,
tendo pelo Brasil inteiro a marca de suas obras. Fez muitas pesquisas sobre a
história de Taperoá e zela pela manutenção dos bens culturais existentes em
nossa terra, sendo todos os dias requisitados e solicitados a falar da nossa
história e da nossa cultura. É a figura lendária da nossa cultura.
Mestre Miguel


